Revivência Performativa

 

Caminhos cruzados de recriação viva sobre o velho e na criação nova

 

Com o “fim da televisão”, do consumo passivo, a cidadania exerce-se hoje com protagonismo de reapropriação dos legados. Nasce assim uma nova Museografia aberta, activa, criativa, participativa e colectiva, que ganha novos palcos fora das vitrines seladas dos museus; Esta nova cénica abarca os próprios sítios ou as suas versões virtualizadas (que se lançam (on-line) aos ventos da “cloud”).

 

Queremos Entrar no Jogo!

 

O passado materializa-se pelo desempenho que se esqueceu mas que ainda assombra os velhos objectos. Desdobramos-nos e emprestamos-nos a esse legado para os descodificar, reviver, para além do residual, do mero registo.

 

“Double-u Replay” significa afinal: “Desdobra-te, empresta-te e joga!”

 

Na WR ensaiamos hibridar neste contexto: A arqueologia experimental, o reenactment, a arte antiga performativa; o teatro, o jogo de interpretação de personagem. A arqueologia experimental tem procurado replicar as tecnologias e os gestos de fabrico (de artefactualização), de uso; O reenactment, num sentido mais cénico, complementa a réplica-acção com a expressão, um esboço de personagem que se adivinha e se contextualiza com indumentárias, adereços, réplicas de utensílios, tendo muitas vezes o próprio monumento como cenário; A arte antiga performativa (fiel às fontes) privilegia a espuma expressiva, investe na plasticidade do som, dos gestos, da mímica, de uma oralidade estilizada; No teatro surge a narrativa, o oralidade realista, o discurso, o contexto dramático num rosário dos eventos, o detalhe expressivo das atitudes; Com o jogo de interpretação surge a interacção viva, o improviso, o imprevisto, o reactivo, o responsivo... e o cenário ganha mais protagonismo sedutor, inspirativo, solicitador.

 

Os desafios que nos motivam são os da dramatização e a reinterpretação lúdica dos monumentos e suas constelações de referências. Por vezes, perante a evidência fragmentada e esbatida do passado, há que evocar e importar elementos de contextos coevos vizinhos para colmatar as lacunas. A simulação realista, a ficção contextualizada, a criatividade inspirada cimentam o todo e ganhamos integridade.